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  • 01 Outubro 2018

Discurso da diretora executiva de Elaine César de Carvalho sobre 10 anos da ESAT

Serei breve, entretanto, não posso deixar de citar momentos que foram fundamentais para que o dia de hoje fosse possível. Em 1984, o então Secretário Geraldo Medeiros criava o Núcleo Setorial de Treinamento que teve como primeira coordenadora, a auditora Vera Lúcia Andrade Venâncio. Depois de Dona Vera outras pessoas dirigiram o núcleo: Marineide Abílio, Maria Bernadeth Gambarra, a auditora Maria do Socorro Andrade e Maria Auxiliadora Lacerda. Ter sido a pioneira fez Dona Vera enfrentar alguns desafios e iniciar um profícuo trabalho em prol da categoria Fiscal.

Em 1999, assumi o Núcleo Setorial de Treinamento, na gestão do Secretário José Soares Nuto, a quem devo tantos aprendizados. Aliás, muitos de nós devemos a Dr. Nuto muitos ensinamentos, quem trabalhava mais próximo dele teve a oportunidade de desenvolver uma redação oficial mais rebuscada. Lembro-me bem o dia em que fui convidada para assumir o Núcleo Setorial de Treinamento, disse para ele que não sabia nem o que era um plano de aula e obtive como resposta, uma pergunta: a senhora sabe ler? Aceitei o desafio, e guardo em meu coração uma enorme gratidão e admiração a Dr. Nuto. Compartilhei, também, os primeiros aprendizados, no NST, com Elisabeth Virgínia Ribeiro Mendes, com quem dividi anos de responsabilidades à frente da missão de capacitar e disseminar o Programa de Educação Fiscal.   

Tive sempre muito apoio dos colegas superintendentes: Silvio Freire, Carlos Batinga, Moacir Firmino, Maércio Pereira, Luciano do Egito, Álvaro Marques, Newton Arnaud, Erivaldo, Vinicius, Rosivaldo. Foram tempos áureos, não faltavam recursos financeiros, havia muita motivação e integração no Fisco Paraibano. Na época, éramos coordenados pelo Diretor de Administração Tributária - Carlos Marinho do Nascimento, que com sua liderança fazia da então Secretaria das Finanças, um lugar diferenciado para se trabalhar. Carlos Marinho nos conduzia com uma maestria que lhe era peculiar, o Diretor da DAT era muito respeitado, mas todos tinham uma relação de trabalho permeada por muita camaradagem. Havia muito entusiasmo, os colegas que ocupam cargos nas gerências regionais mais distantes do Estado, tinham satisfação até mesmo para enfrentar quilômetros de estradas toda semana. Sobrava entusiasmo, lembro-me das operações natalinas onde todos cooperavam com muita satisfação e poucas reclamações.

Fizemos visitas técnicas em vários Estados, fomos a Amana Key, quantas lições de liderança aprendemos com Luciano Braga, convivemos com a Consultoria Boucinhas e Campos. Trabalhavamos oito horas e nos finais de semana ainda encontrávamos motivação para aprender, muitos de nós fizemos especializações em decorrência de convênios com a Universidade Federal da Paraíba, com a Universidade Cândido Mendes e com a Universidade Estadual. Tudo há época custeada com recursos do Projeto de Modernização e Reestruturação da Administração Tributária – Promosat. O Projeto tinha na equipe de coordenação - Fábio Oliveira Guerra, que com uma visão diferenciada e empreendedora nos impulsionava a fazermos coisas diferenciadas. Recordo-me das contratações complicadas, das Notas Técnicas e dos Convênios que chegam sempre preparados, pois ele nos poupava de retrabalhos. Houve uma época que uma vez no mês íamos interior afora, para nossas reuniões de acompanhamento do planejamento. Apesar da semana de trabalho, a viagem era prazerosa e nos dava satisfação por que éramos uma equipe, que convergia na mesma direção e nosso maestro regente era o então Secretário Luzemar Martins.

E o tempo passou e, num curto lapso temporal, fomos Secretaria de Fazenda, depois Secretaria de Receita, e com isso o Núcleo Setorial de Treinamento deixou de ser coordenação e passou a ser uma sub-gerência de Desenvolvimento de Pessoas, depois viraria Sub-gerência de Recursos Humanos. Vieram as discussões para implementação de um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, a ideia de criação de uma escola para o Grupo Fisco era encabeçada pelo Sindifisco, que na época era presidido por Manoel Isidro. Prontamente ela foi aceita e defendida pela categoria, e logo ganhou vários padrinhos: Wagner Lira, João Francisco, Jair Moreira, Vitor Hugo e o então Secretário Executivo da pasta Alexandre José Lima Sousa. Um grupo de trabalho foi formado e o PCCR amplamente discutido. Finalmente, no dia 10 de dezembro de 2007, neste auditório, o então Governador Cássio Cunha Lima sanciona o PCCR do Fisco, e em seu artigo 31, cria a Escola de Administração Tributária. Dá sua criação até a promulgação da lei de sua estrutura organizacional, passou-se oito meses, quase uma gestação. Lembro-me que não foi fácil tirar a Esat do papel, graças a Deus contei com a ajuda de Alexandre José, que com o projeto debaixo do braço passou a defendê-lo junto a vários gabinetes de Secretários. Inicialmente, encontramos muitas resistências, mas a escola ganhava mais um padrinho e defensor o Secretário Luzemar Martins que na época estava à frente da Controladoria Geral do Estado. Relembro que em uma das muitas vezes que estivemos com ele, pediu-me para fazer uma defesa da estrutura, para que ele próprio conversasse com o governador e poucos dias depois, disse-me: diante de uma defesa tão apaixonada não há o que se fazer, a estrutura está aprovada. Gratidão é o sentimento que, nós categoria Fisco, expressamos a Alexandre e a Dr. Luzemar, como gosto de chamá-lo.

Neste relato, quero deixar registrado o apoio do então Secretário Milton Gomes Soares na formação da primeira equipe da escola, montada sem interferência, nem indicações políticas, as pessoas que ingressaram nos cargos comissionados vieram de indicações técnicas de instituições parceiras como a Escola de Administração Fazendária – ESAF e o Senac, instituições com quais desenvolvíamos diversos cursos.

Deixei a gestão da escola em julho de 2010 e retornei em dezembro de 2011, na gestão do Secretário Marialvo Laureano, período em que tivemos de volta alguns cargos da Esat que estavam ocupados por pessoas com exercício em outras unidades da secretaria. A escola sempre contou com seu apoio, em suas falas sempre fazia questão de enaltecer ser esse o local mais estratégico da secretaria. Na gestão de Marialvo fomos incentivados a retomar as ações do programa de educação fiscal e contamos com seu apoio para implantação da Esat Virtual. 

Finalmente, quero agradecer ao Secretário Marconi, tivemos seu apoio para realinhar a estrutura organizacional e por sua sugestão, os cargos foram denominados para proporcionar segurança na efetividade do exercício da escola. Outra grande conquista foi à atualização da Portaria de Hora-aula, após dez anos mantendo o mesmo valor.

Como gestora, encerro meu ciclo na escola com o sentimento de ter feito o melhor na condução dos processos, na resolutividade dos problemas e na coordenação das missões a mim confiadas. Deixo como legado valoroso a certeza de sempre ter impulsionado a equipe da escola a se desafiar, ousar, sair do piloto automático.

Agradeço as defesas que foram feitas por colegas, que contribuem para uma agenda positiva como: João Elias, Roberta Monte, Anatólio, Carlos Alberto, Francisco Nociti, Xélia, Marilac, Vilma Aquino e outros tantos colegas. É claro que faltam alguns nomes, por isso não gosto de citá-los para não cometer injustiças.

Aos colegas que aceitam o desafio de atuarem como Facilitadores e tutores e aos que, por razões pessoais, optaram por não mais exercer esse mister, lembro que a escola não pode desempenhar bem seu papel sem vocês. Vocês tornam a escola viável.

Aos nossos parceiros um agradecimento muito especial, convergimo-nos mesmos objetivos. Agradecimento é o sentimento expressado à Goreth Martins, carinhosamente chamada de Tia Gogo, e da Secretaria de Finanças do Estado, Amanda Rodrigues.

Aos servidores que assumem o papel de alunos, vocês dão vida a Escola.

Chego ao final de meu relato, com trechos de um poema de Martha Medeiros “Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Portanto, evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade”. 

Espero poder participar da solenidade de 20 anos. Obrigada!
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